Sedado, para não sentir dores, despediu-se da vida hoje o ex-vice-presidente da República, José Alencar. Um guerreiro, que lutou por 13 anos contra diversos tumores cancerígenos – há cinco lutava contra o do abdomen, conhecido por sarcoma.
A morte foi às 14h41 em decorrência do câncer e de falência múltipla dos órgãos. O corpo será velado nesta quarta-feira (30), no Palácio do Planalto, em Brasília. Na quinta-feira (31), o corpo vai para Belo Horizonte, onde será novamente velado no Palácio da Liberdade e, posteriormente, enterrado no cemitério do Bonfim, na capital mineira.
Durante o tratamento contra o câncer, Alencar foi submetido a 17 cirurgias, perdeu um rim, dois terços do estômago e partes dos intestinos delgado e grosso. Alencar era casado com Mariza Campos Gomes da Silva, pai de três filhos –Josué Christiano, Maria da Graça e Patrícia — e avô de cinco netos (em 2001 ele passou a responder a um processo de reconhecimento de paternidade ajuizado por Rosemary de Moraes).
O quadro clínico do empresário que ajudou a eleger Lula em 2002 e em 2006 piorou três dias antes do último Natal, quando foi internado com urgência após uma nova hemorragia abdominal provocada pelo tumor no intestino. Os médicos contiveram o sangramento, mas não puderam retirar os tecidos comprometidos pela doença, impedindo o político mineiro de se despedir do cargo em Brasília e de participar da posse da presidente Dilma Rousseff.
De dezembro até os primeiros meses de 2011, o ex-vice voltou a ser internado diversas vezes, sempre em situação muito grave. Cirurgias foram descartadas nas últimas internações devido ao estado delicado de sua saúde.
Em novembro de 2009, Alencar garantiu que se a saúde permitisse seria candidato ao Senado. No início do ano passado, cogitou tentar o governo de Minas Gerais. Porém, em abril, afirmou que não disputaria cargos por estar em tratamento de quimioterapia contra o câncer.
“Decidi não me candidatar a nada. Vou cumprir o meu mandato até o último dia, se Deus quiser, e descer a rampa da mesma forma que subi. Subi a rampa com ele [Lula], vou descer com ele. Ele também não se afastou, vamos juntos”, disse na ocasião. Proibido pelos médicos, ficou no hospital enquanto Dilma e seu sucessor, Michel Temer, recebiam o cargo no Palácio do Planalto.
Informações UOL