Em programação unificada, Legislativo de Itabuna, Universidade Federal do Sul da Bahia e Universidade Estadual de Santa Cruz recordaram, na tarde de quinta-feira (23), o Dia Municipal da Etnia Cigana. Além da realização de uma Sessão Especial, houve mesa-redonda com a mestranda Dayse Santos e os professores Irandir Souza, da Uesc, e Jucelho Dantas, da Universidade Estadual de Feira de Santana, todos com trabalhos científicos inspirados na cultura cigana.
Dentro do ato legislativo, o vereador Beto Dourado, autor do projeto, entregou placa comemorativa ao casal Gerisval e Ione Fortuna Rebouças “em reconhecimento à história e contribuição dos ciganos ao município”. O homenageado agradeceu a visibilidade dada pela Câmara de Vereadores itabunense. “Nós ciganos estávamos esquecidos, mas agora está melhorando cada vez mais”, disse seu Gerisval Rebouças.
Anfitrião do evento, o pró-reitor Sandro Ferreira recordou o pioneirismo da Universidade Federal do Sul da Bahia nas ações afirmativas em prol do povo ciganos. A UFSB foi a primeira do Brasil a adotar, desde 2018, cotas sociorraciais incluindo a comunidade cigana na graduação e pós-graduação. “A gente precisa de mecanismos que façam valer as políticas públicas”, ressaltou Sandro Ferreira.
O professor Jucelho Dantas, que é cigano e possui doutorado, exortou os “primos” a ocuparem os espaços sociais, como os que estão sendo abertos pela Câmara e pelas universidades, a exemplo da abertura de cota para cigano na Universidade Estadual de Feira de Santana, ora em tramitação. “Como ciganos temos que saber valorizar esses espaços concedidos para nós”, frisou o doutor.
Pela comunidade cigano, o casal Cosme e Luciara Rebouças, que fizeram parte da mesa, ressaltou que tanto a lei municipal quanto a cota universitária. “Agradecemos a oportunidade de ter essas vagas”, declarou Luciara. “É uma conquista para nosso povo que já foi tão discriminado”, comentou Cosme Rodrigues, referindo-se à instituição do Dia da Etnia Cigana em Itabuna.
Presidindo a Sessão Especial, Beto Dourado frisou que tanto a lei municipal quanto a reserva de vagas no ensino superior representam vitórias para a população cigana radicada em Itabuna e cidades circunvizinhas. “Vamos ocupar essas vagas, incentivem os filhos de vocês a estudarem e brigarem por isso. E também não podemos deixar esse dia, o municipal da Etnia Cigana, morrer”, destacou o vereador.