Na semana passada foi aprovada uma CPI na Câmara dos Deputados que vai investigar possíveis irregularidades no repasse de royalities da mineração para os municípios. Seria, para os itabunenses e baianos, mais uma CPI – na verdade, pouca gente soube da sua criação por aqui. Uma apatia que não deveria existir, pois ela pode significar muito mais do que aparenta.
Não se fala aqui apenas da possibilidade de correção dos repasses aos municípios prejudicados – nem se sabe se Itabuna teria algum benefício com essa CPI. O que interessa para nós, itabunenses, é que ela foi proposta pelo deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB) e não despertou interesse do PT como partido, mas teve assinatura do deputado Geraldo Simões.
Ora, se a gente lembrar o que GS vem fazendo em relação ao PMDB local – namoro declarado, com dispensa de elogios aos dirigentes – dá para imaginar quais os desdobramentos pretendidos por Geraldo a partir dessa paquera com Lúcio em Brasília.
Mas a política é uma pista de mão dupla. Depois de 2012 vem 2014, eleição para governador. O que Geraldo percebe é que Lúcio pode crescer na Câmara, pode subir ao chamado ‘alto clero’.
É uma aposta do petista num interlocutor qualificado, que pode trazer resultados imediatos em 2012, com uma composição quase imbatível em Itabuna entre PT e PMDB, e pode reeditar a parceria dos dois partidos no estado em 2014.
Seria a redenção de Geraldo no cenário político baiano. Só para ilustrar: enquanto muita gente do PT pensa em lançar Walter Pinheiro para governador, GS aposta em José Sérgio Gabrielli, o homem da Petrobrás. E nisso tem a simpatia de próceres do PMDB.