Foram menos de 30 dias de estadia em Itacaré. Entre a indicação para a secretaria da Administração (dia 24 de maio) e a nomeação efetiva, com a publicação de seu desligamento do antigo cargo, no Instituto Anísio Teixeira (dia 2 de junho), Osias ficou quase todos os dias preparando o esboço do que seria o programa de choque de gestão na prefeitura da bucólica cidade da Costa do Cacau.
Mas o choque, mesmo, quem levou foram os funcionários, o prefeito Antônio de Anízio e os colegas de secretariado, na segunda-feira (7), ao receberem a notícia de que o homem havia pedido o boné. "Tínhamos esperança no trabalho dele. Achávamos que sairíamos de uma situação administrativa deficiente e teríamos um sopro de profissionalismo aqui", lamentou um funcionário, que não quis ter o nome revelado.
Esse lamento se deve ao fato de Osias ter encantado a todos, na quinta-feira (3), quando mostrou a todo o primeiro escalão como se daria, dali pra frente, a administração do governo de Antônio de Anízio. "O prefeito fará a parte política. Nós, secretários, diretores e demais cargos de confiança, faremos a administração", ensinou.
Infelizmente, isso não ocorreu. O projeto ficou lá, para o futuro administrador. Mas a confiança no xerife de fala mansa parecia grande demais para que todos na prefeitura não sentissem um certo desamparo com a notícia.
O advogado Osias Lopes voltou para Salvador, onde deve assumir novo cargo no governo estadual, especificamente na Secretaria da Promoção Igualdade Racial. Como justificativa, disse que a oferta era irrecusável.
