Dizem que bebês fazem testes constantes com suas mamães e papais, através do choro. Fazem testes para saber até onde podem ir com o choro para receber a recompensa do colo, por exemplo. Se os pais vão pegá-lo no colo pelo carinho imediato ou pelo desespero cusado pelo choro. São verdadeiros cientistas da fofura.
O Ministério Público Estadual em Itabuna tem feito alguns testes com os prefeitos nos últimos anos, especialmente em relação à realização do Carnaval. Com Azevedo e Vane, por exemplo, uma recomendação contra a festa surtiu efeito, e os gestores foram desmoralizados perante a parte do público que pedia a festa e a quem eles a prometera.
O mesmo teste foi feito com Fernando Gomes agora: uma recomendação contra os gastos do dinheiro público – na prática uma recomendação contra a folia, que não se realiza sem nenhum aporte de verba pública -, que foi solenemente ignorada pelo atual mandatário.
Aliás, não ignorada, mas devidamente tripudiada por Fernando Gomes. (Uma pergunta: por que, ao invés de recomendar, não propor uma ação?)
É que, no fundo, Ministério Público e Fernando Gomes sabem que o maior escárnio dessa relação foi e é a sua candidatura, eleição e posse no pleito de 2016. Se ele, multi-condenado, pode ser candidato e, mais votado, tomar posse, claro que lhe foi dado um cetro mágico.
Fernando nunca escondeu isso, e uma prova é o seu slogan de campanha, que usa até hoje: "Foram me chamar…".
Ora, quem diz isso diz com todas as letras que fará o governo que bem entender, afinal ele não queria, mas o "forçaram" a ser prefeito.
Taí. O Ministério Público – como a sociedade – terá que o engolir.
Voltando aos bebês cientistas: alguns pais se mostrarão fracos diante de tanta gritaria e farão de tudo para cessar aquele sofrimento. Outros, dirão: deixe de manha, que eu conheço esse choro.