Acabo de abrir um email de um professor que se acha estrela, no sul da Bahia. Abri pelo título curioso: “Fala que eu escrevo”. Fiquei chocado. Estou, ainda.
Na verdade, trata-se de uma ilegal forma de propaganda, já que ele vende seus serviços por meio de mensagens não autorizadas. Mas isso é o de menos. O problema está no que ele vende.
Entre outras coisas, diz escrever, sob ecomenda, monografias e trabalhos escolares e acadêmicos que convençam e que sejam “dignos da melhor aprovação”. Promete ainda discursos para políticos, cartas (até de amor!) para enamorados e embaraçados em geral, além de slogans e texto para “um e-mail especial como este”.
O professor ainda dá a garantia de aprovação – “se não gostar, faço de novo. Até você aprovar” – facilidades de pagamento – “facilito o pagamento via depósito Caixa ou Bradesco” – e promete bônus para o cliente que o indicar a outros.
E, o gran finale: “serei seu personal writer, redator certo das horas incertas.” Seguem telefone, email e assinatura.
Talvez haja mesmo terreno fértil na seara que escolheste, professor, já que escrever é, para muita gente, uma luta.