Por Walmir Rosário

Sou fascinado pelo Natal, sua beleza plástica, as formações de presépios (bem escassas atualmente), o colorido das roupas, as músicas que abrem nossos espíritos e que nos deixa transbordando de alegria. Mais, ainda, pela transformação das pessoas, notadamente aquelas que transpiram bondade, alegria, crença na salvação da humanidade.

Neste período do ano irradiamos de felicidade com a presença dos motivos natalinos nas pessoas do Deus Menino, nascido numa manjedoura, tendo ao seu lado as figuras de Maria, sua Mãe, e São José, o pai humano. Pelo aspecto local, como não poderia deixar de ser, a presença de animais (bois, vacas, bezerros, carneiros, etc.).

É uma representação bem singela para um Deus que se fez carne e veio habitar entre nós, o que deveria ser comemorado com muita festa, não fosse ser nomeado o Rei dos Judeus. Belém deveria estar em êxtase! Mas não, o seu reino era o do Céu, não o da terra, cercado de suntuosidade e riquezas dos componentes da Corte.

Nasce o herdeiro do Rei Davi numa manjedoura, sem as pompas devidas e o conhecimento dos judeus, mas a história nos mostra que três Reis Magos – Melchior, Gaspar e Baltazar – vêm de longe para homenagear e adorar o Deus Menino e presenteá-lo com ouro, incenso e mirra. Guiaram-se na viagem pela estrela do oriente, a estrela de Belém.

E os Reis Magos vão buscar notícias do Deus Menino, o Rei dos Judeus, justamente com o Rei Herodes, que passou a temer a perda do seu status e poder. De forma dissimulada, solicitou aos Reis Magos que assim o encontrassem, passassem a informações para que ele também pudesse ir adorar o Rei recém-nascido.

Não encontrando Jesus, que por orientação de um anjo em sonho a São José fugiram para o Egito. Temendo pela perda do poder real, Herodes manda matar todas as crianças nascidas recentemente em Belém. Passado o perigo, a família de Jesus retornar a Israel, indo morar em Nazaré, conforme nova orientação de um anjo em sonho a São José.

Até hoje não sabemos ao certo de onde vieram os três Reis Magos, se do oriente (mais consistente), se do continente europeu, se do africano. O que conhecemos são os presentes que trouxeram para o Deus Menino. Ouro, Incenso e Mirra, que representam o poder real do Rei dos Judeus; a divindade de Jesus Cristo; e o remédio para os males do corpo sofrido por Jesus e ressurreição do nosso Salvador.

Acredito que a representação natalina de presentear seja mais que justa e que entre os cristãos e os povos que professam outras religiões a bondade possa durar o ano inteiro e não apenas um dia. Não quero condenar a forma profana de comemoração, a comercial, desde que acompanhadas dos mais puros sentimentos, como os que motivaram os Reis Magos.

Se no Natal somos inundados por cartões com mensagens positivas e incentivadoras, sempre voltadas para a esperança, e os sentimentos religiosos geralmente estendidos ao Ano Novo. Esperamos que possamos fechar tudo de ruim do ano que passou e que possamos renovar nossos corações com o ano que se anuncia, pedindo muita paz ao Salvador.

Um Natal por ano é muito pouco para uma humanidade que caminha a passos largos para o materialismo, a falta de atenção ao próximo, à brutalidade, hoje tão comum entre os seres ditos racionais. Peço que possamos nos guiar pelo sentimento espiritual e assim possamos nos irmanar, consagrando ao Senhor tudo o que fazemos para que nossos planos sejam bem-sucedidos.

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Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado.