Jornalismo tem dessas coisas. Às vezes, o repórter atira no que vê e recolhe o que nem esperava. Foi o que ocorreu com este blogueiro, na noite de terça-feira, num dos corredores do shopping Jequitibá. Ao fazer uma pergunta inocente ao vereador e ainda líder do governo Azevedo na Câmara, Milton Gramacho, colheu algumas revelações interessantes.
Primeira pergunta: "E o peso das costas, vereador?" A referência era à sua anunciada vontade de deixar a liderança do governo, para tirar ‘um peso das costas’. Gramacho respondeu diplomaticamente: "Ainda estamos lá, mas eu não podia apresentar carta de renúncia. Seria uma catástrofe". Por isso, apresentou a sugestão do rodízio na liderança entre os governistas (lembre aqui).
A essa informação, outro questionamento: "O senhor acha que esse governo se apruma e toma um rumo bom?". E a ‘surpreendente’ informação: "O nosso trabalho tem sido bom. Só de barrar aquela CEI [da Saúde, que a oposição chegou a redigir o requerimento], foi uma grande vitória. Também, se eles botam o requerimento, a gente tinha bastante munição".
Aí, a curiosidade já está explodindo: "Como assim, vereador?". Mais bombas. "Imagine você, porque eles não quiseram apresentar o requerimento? Temos pelo menos 10 comprometidos com o governo. Eles não têm como peitar".
E assim o vereador disse, em bom tom, a um jornalista, que a República de Itabuna não é assim, tão dividida, entre oposição e situação. Pelo contrário. Disse mais: que nossa oposição é [quase] toda comprometida com o governo do DEM. (Desconto necessário: Gramacho, às vezes, age como franco atirador)
Pensando bem, já havíamos ouvido esse zum-zum-zum em dezembro passado, por ocasião da votação do projeto de reforma do Código Tributário. Na época, falou-se em um "13º salário" por fora para nossos parlamentares, para amaciar a posição. A coisa, depois, tomou ares de boatos e morreu assim.
Vida que segue.