Não demorou sequer um mês após a posse de fato do diretor-geral da Ceplac Sérgio Murilo – depois de superado o drama do rebaixamento do órgão – para que começassem a ser cavadas as covas onde o novo gestor parece querer enterrar o órgão que administra.

Logo ele que, na posse de direito em dezembro, bradou que não aceitaria a patranha engendrada contra a velha senhora da cacauicultura brasielira nos gabinetes do Ministério da Agricultura. "Não serei o coveiro da Ceplac!", discursou, perante uma plateia cheia de esperança.

Pois bem. Nem um mês se passou desde que a Ceplac livoru-se de coveiros outros, e eis que Murilo já mostra que aprendeu a manusear a enxada em sua vida de agrônomo.

A primeira vítima foi a área administrativa.

Primeiro, rebaixou a Divisão de Administração e Finanças a um mero serviço de Administração e Finanças. Um departamento. E elevou o serviço de Gestão de Pessoas a Divisão de Gestão de Pessoas. E, com essa mágica, tornou-se a Ceplac, talvez, uma das poucas empresas do mundo em que a Administração se subordina ao RH. 

Mais: nomeou para o serviço de Administração um doutor em zootecnia. Um desperdício. O doutor zootecnista seria melhor aproveitado, por exemplo, na Granja, um setor que padece de um especialista em seu comando. Em vez disso, vai cuidar de trocas de lâmpadas, abastecimento de água mineral e cafezinho, combustível e pneus da frota…

A Ceplac possui dezenas de administradores em seu quadro. Mas o coveiro diretor não deixaria de prestigiar um sócio do clubinho Cenex-Cepec, que sempre dominou o órgão.

Por falar em Cenex…

É a menina dos olhos do coveiro diretor Sérgio Murilo. É de lá sua origem; foi lá onde se fez candidato a diretor. O que ele fez com o Cenex (Centro de Extensão)? Enterrou.

Virou um serviço apensado ao Cepec (Centro de Pesquisas).

Aí é onde entra o temor dos servidores. Se ele fez isso com a menina dos seus olhos, imagine o que fará com os outros setrores, normalmente tidos como de segunda categoria pelos sócios do clubinho?

Em tempo: em relação ao monstrengo que criou no setor de administração, já corre uma piada nos corredores: ele não matou a Ceplac, mas criou um belo frankenstein…