Uma série de reflexões sobre os papéis que a mulher desempenha na sociedade e os desafios a que precisa atender no mercado de trabalho. Em linhas gerais, este foi o tom da sessão especial na Câmara de Itabuna, no dia 07 de março. O debate, proposto pela vereadora Wilma de Oliveira (PCdoB), contou com a presença da procuradora do Ministério Público do Trabalho, Bradiane Farias Ribeiro.

Ela tratou sobre o enfrentamento ao assédio moral ou sexual no ambiente de trabalho. “Nós temos evoluído como sociedade, temos instrumentos para combater. Cada mulher que denuncia dá um pouco de coragem à outra para denunciar também, para reparar a lesão sofrida e mudar o ambiente de trabalho para que outras não venham sofrer as mesmas coisas”, afirmou.

A advogada Larissa Moitinho, presidente da Comissão de Proteção aos Direitos da Mulher na OAB-Itabuna, abordou sobre os direitos da trabalhadora que é mãe. “Precisamos sempre apontar as triplas jornadas que as mulheres enfrentam; clamar pelo direito de trabalhar e manter sua independência financeira. (…) Lutamos pela paridade de oportunidades”, destacou.

Gestora da Escola Iolanda Pires, no bairro Nova Ferradas, a professora Nelcir Conceição Santos citou o quanto uma mulher pode contribuir com a valorização da outra. “Você pode liderar, pode fazer a diferença; onde estiver, deixe a sua marca. Ouse, crie, invente, busque”, assinalou.

 

Autocuidado e motivação

A secretária de Promoção Social e Combate à Pobreza, Luciene Nascimento, expôs sobre o trabalho para incentivo à capacitação de mulheres. “Nos atendimentos conseguimos trazer para a mulher essa capacidade de empoderamento”. Semelhante qualificação tem feito a unidade local do Sine, como retratou a coordenadora Kerolayny Behrmann.

Outro aspecto foi trazido pela psicóloga Samara Pitombo: autocuidado e motivação. “A mulher, muitas vezes, não se percebe. Está tão preocupada em cuidar do outro, que esquece de cuidar dela. Muitas vezes precisa acessar uma rede de auxílio, ver como está na estrutura familiar”, argumentou.

Wilma destacou a representatividade da sessão e a importância de atentar para dados persistentes no país. “Mulheres são 44% da força de trabalho, mas são 55% dos desempregados e recebem 20% menos que os homens. Precisamos garantir a permanência das mulheres no mercado de trabalho com políticas públicas. Elas também são mais qualificadas do ponto de vista de estudo”, completou.