Nascido quase um século antes de Itabuna, o hoje distrito de Ferradas fará 206 anos na próxima terça, 19/10. O Legislativo itabunense promoveu sessão especial nessa quarta, 13/10, a pedido de Manoel Porfírio (PT), para saudar o aniversário do berço de povoamento do município. “Itabuna nasceu em Ferradas, distrito cheio de história que continua visionário, olhando para o futuro e puxando nosso crescimento”, enfatizou o petista.
Endossando o histórico da sessão, diversos vereadores sublinharam o peso cultural e socioeconômico de Ferradas: do modelo de aldeamento pertencente a Ilhéus à rota estratégica do comércio, passando pelo cultivo pioneiro do cacau até despontar como celeiro da literatura nacional com o poeta Telmo Padilha e o escritor Jorge Amado, ambos mundialmente reconhecidos.
Agradecendo ao Legislativo pela homenagem, o presidente da Associação de Moradores de Ferradas, Thiago Mendonça, destacou a vocação imobiliária do distrito com a construção de grandes residenciais públicos como o Jubiabá e o Gabriela. Eles trouxeram um salto populacional de 10 mil pessoas para Ferradas. Para o padre Roberto dos Santos, o distrito necessita agora de saneamento básico e reforço na segurança pública.
O coordenador de projetos da Secretaria de Planejamento, Rosivaldo Pinheiro, reconheceu demandas sociais históricas de Ferradas, exemplificando com o esgoto lançado sem tratamento no Rio Cachoeira. Ele declarou que o Governo itabunense busca atrair recursos para investir nos problemas reais da cidade, mas lamentou o endividamento do município. Segundo Pinheiro, as dívidas de longo prazo somam R$ 500 milhões.
Membro da Ação Comunitária de Cultura e Cidadania de Ferradas (Accodec), Zen Costa anunciou que a comunidade vai pleitear novo enquadramento patrimonial para Ferradas: de distrito para vila imperial. Zen explicou que o projeto de lei para reconhecimento, nacional inclusive, deverá tramitar primeiro na Câmara Municipal, depois na Assembleia Legislativa da Bahia até chegar ao Congresso Nacional.