Na contramão da História, da tradição e dos costumes, o Sindicato do Comércio Varejista do Município de Itabuna (Sindicom), soltou um comunicado nessa quarta-feira (15), “cancelando” o feriado de Corpus Christi em Itabuna.
A ação, de cunho capitalista, acaba tendo um efeito desagregador, uma vez que o comunicado foi feito na véspera do feriado “cancelado”, com argumentos nunca antes invocados, o que pegou de surpresa a todos, especialmente os trabalhadores que já haviam se preparado para passar o feriado descansando com familiares.
O Sindicom sustenta que o Dia de Corpus Christi não é feriado em Itabuna e citou a lei Federal nº 9.093/1995 para justificar. “Somente são considerados feriados religiosos se existir lei municipal que regulamente”.
O sindicato patronal ainda orienta que os lojistas que optarem por não abrir seus estabelecimentos comerciais nesta quinta-feira poderão negociar com seus colaboradores reposições ou descontos das horas não trabalhadas.
“Sempre foi feriado”
Ao O Trombone, o presidente do Sindicato dos Comerciários, Joab Alves, disse que embora respeite, não concorda com a posição do Sindicom. “Em Itabuna sempre foi feriado e nunca teve questionamento em relação a isso. A gente não entende essa nota. Alguns contadores também não entendem essa situação. O comércio todo em geral sempre fechou nesse feriado. Nosso entendimento também é que ponto facultativo é para o setor público, não é para o setor privado”, explicou Joab.
O sindicalista reforçou que está mantido o fechamento do comércio amanhã. Sobre outro trecho do comunicado em que o Sindicom sugere a negociação de horas não trabalhadas, Joab rebate e afirma que, se uma loja está fechada em um feriado nacional, o trabalhador não tem compromisso nenhum de pagar essas horas. “É uma situação difícil. Se fechou o estabelecimento por causa de um feriado religioso, um feriado tradicional aqui na nossa cidade e em várias cidades do Brasil, o trabalhador não pode ser penalizado”.
