Antonio Nunes de Souza | [email protected]
Com mais um engodo e paliativo de disfarce, o prefeito Capitão Azevedo mudou o secretário da saúde e, imediatamente, o presidente do HBLEM – Hospital de Base, como se com essas atitudes fosse fazer o povo acreditar que agora as coisas vão funcionar a contento e teremos uma assistência médica digna na região.
Mas, felizmente, nesses dois anos de administração já temos uma convicção que houve um grande erro do eleitorado em confiar num vice-prefeito que concordou e foi parceiro em uma das administrações mais terríveis que tivemos nos cem anos do município. E o interessante é que, vergonhosamente, ele, pela inoperância e desmandos, parece que almeja esse título de “o pior da história” para anexar ao seu currículo.
De forma alguma contestamos a capacidade de ambos os novos membros da saúde. Mas, ao mesmo tempo, temos que ficar desconfiados que não teremos bons resultados, já que um vem de uma secretaria que o próprio prefeito declarou que ele deixou um buraco de mais de oito milhões e o outro tem compromissos com uma vertente nada confiável e, seguramente, não tem forças para fazer o que realmente precisa ser feito. Será um novo Costa que vai acatar tudo, tranquilamente, de frente!
O problema existente na saúde do município é de infecção generalizada de cargos de aspones, gepones, direpones, afilhados, parentes, amantes e aderentes, terceirizações descabidas, licitações aviltantes, super faturamento nas compras e outros comportamentos nada elogiáveis por incompetência ou mau caratismo. Não consigo entender a razão do Ministério Público não tenha requerido uma auditoria severa para comprovar essas claras denúncias que a mídia, sindicatos, Conselho de Saúde, a sociedade etc., fazem cotidianamente. E, basta fazer uma visita ao HBLEM que, sem nenhum trabalho, comprova-se uma série dos fatos citados.
Quero esclarecer que essa minha repugnância nesse artigo, não se trata de politicagem ou rancores de linhas partidárias, o que estou declarando é lastreado em conhecimento de causa e experiência vivida, já que fui Diretor Presidente do HBLEM na última gestão do prefeito Geraldo Simões e tive a satisfação de entregá-lo em condições normais de funcionamento (óbvio que com algumas deficiências em alguns setores), atendendo 1.200 pacientes/dia, 112 municípios, faturamento do SUS variável de R$720.000,00 a R$1.200.000,00 e pagávamos todas as nossas contas rigorosamente em dia e deixamos apenas um débito flutuante de dois milhões (que é normal em qualquer instituição desse porte).
Com relação ao corpo funcional, todo esse atendimento era feito com 367 funcionários. E hoje, que nada funciona o hospital conta com quase 600 funcionários (?). Certamente são os “fantasmas” que meu amigo Leopoldo, sem alternativa, espera cobri-los com novos lençóis, para que eles fiquem mais bonitos e felizes. Meu amigo vai ter que apelar muito para Chico Xavier para analisar os salários psicografados!
E um detalhe de grande importância: nunca recebi um único centavo do governo estadual e nem sequer um comprimido de Melhoral, devido a retaliação partidária.
Portando, o caso não é de lençóis. O que acontece é que tem um grupo bem “enfronhado” que faz questão de “acobertar” as barbaridades que estão fazendo com o dinheiro público debaixo dos colchões.
Em última instância, se você é daqueles que acreditam e Saci e Caipora, compre uns lençóis e mande de presente. Mas… tem que ser brancos!!!
Antônio Nunes de Souza é escritor (Vida Louca) e blogueiro (antoniomanteiga.blogspot.com)