Vejam, inocentes leitores, como avançam as táticas de cobrança dos agiotas que trazem no bolso inúmeros prefeitos de cidades vizinhas – dizem que estariam entrando em Itabuna, via Hospital de Base.
Num passado nem tão distante os implacáveis cobradores ‘aconselhavam’ os endividados a cumprirem as obrigações com os juros – o capital nunca é pago, sabeis – deixando-os apenas entrever os cabos das armas em suas cinturas. Era um constrangimento, os prefeitos perdiam a autoridade diante dos auxiliares, sem falar que muitos conseguiam driblar um ou outro agiota, levando-os na conversa. Eficiência meia-boca.
Agora a coisa ficou muito mais civilizada – além de eficiente e eficaz.
Muitos desses profissionais dos juros estão, simplesmente, cooptando funcionários de bancos que dentém as contas das prefeituras. Quando o dinheiro pinga, dos repasses e dos impostos, os diligentes funcionários avisam ao cigano de plantão que ‘aquele cheque’ já pode ser apresentado.
Antes do funcionalismo ver a cor do dindim, antes da merenda escolar chegar às criancinhas, antes mesmo do prefeito saber que o repasse fora feito.
Aí, é como pescar de tarrafa em tanque peixado.
Ô, raça.