De acordo com o radialista Fábio Roberto, um confuso Frankvaldo Lima, presidente do Sindicato dos Radialistas de Itabuna – ele participou da solenidade de lançamento do ‘Minha Casa, Minha Vida’ para comunicadores, mas é contra a proposta como ela se apresenta -, em conversa entre os dois, o sindicalista ressalvou que para ter direito a contratar o financiamento da casa própria, o radialista teria que comprovar uma renda mínima de R$ 2 mil mensais.
Não é pouca coisa, considerando a realidade local. Tanto que o interlocutor fez as projeções. "Amigo, para um radialista conseguir uma renda de R$ 2 mil, ele terá que vender pelo menos R$ 4 mil, em publicidades. Aí, só o jabá não basta. Tem que ter também o toucinho, a calabresa, o paio, carne do sol. Tem que fazer uma feijoada completa".
Fábio traduziu os ingredientes: além do tradicional jabá (ou merchandising) – falar bem de determinada pessoa/produto/serviço em troca de remuneração, os profissionais do microfone teriam que caprichar mais nos "alôs" e, principalmente, rebolar para vender comerciais.
Isso porque não se tem, por essas bandas, radialistas contratados pelas rádios. Todos são terceirizados. A verdade é que as regras impostas para acesso ao financiamento da casa própria – seja a da exigência do vínculo sindical, seja a da comprovação da renda – não agradaram sequer aos sindicatos. Pelo menos é o que as representações de radialistas e jornalistas manifestaram até aqui.
Esperemos cozinhar todos os ingredientes, mas percebe-se já que algum está puxado no sal. Será o pé de porco?