Primeiro hospital da Bahia habilitado para o atendimento aos Povos Originários, o Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, em Ilhéus, recebeu ontem (29), a visita da Superintendente de Políticas para os Povos Indígenas do Estado, Patrícia Pataxó. Acompanhada dos diretores da instituição, Domilene Borges (diretora-geral) e Samuel Branco (diretor-médico), Patrícia conheceu as instalações do HMIJS e teve acesso aos principais resultados obtidos pela unidade a partir de dezembro de 2021, quando foi inaugurada. Dentre os números apresentados, está o nascimento de 252 bebês indígenas no HMIJS.
“Me sinto feliz e animada”, afirmou. “Percebi, de fato, o acolhimento e o compromisso de toda a equipe e me dá tranquilidade saber que o meu povo está sendo muito bem tratado por uma equipe que respeita as nossas culturas e tradições”, completou Patrícia Pataxó.
Na Bahia existem 31 povos indígenas. Com 229.103, a Bahia conta com a segunda maior população indígena no país, o que representa 1,62% dos habitantes do estado. Salvador é a segunda capital mais indígena do Brasil. No ranking das 50 cidades do Brasil com maior comunidade do grupo étnico, a Bahia ainda conta com Porto Seguro, em 14°, e Ilhéus, 21°. Entre a pesquisa de 2010 e de 2022, ocorreu em todo o Brasil um acréscimo de 88,8% no contingente absoluto de pessoas que se autodeclararam indígenas.
De acordo com Patrícia, o Materno-Infantil deve ser visto como um exemplo não só para a Bahia mas, também, para o Brasil. A unidade conta com 105 leitos, destinados à obstetrícia, à gestação de alto risco, pediatria clínica, UTI pediátrica, UTI neonatal e centro de parto normal, integrados à Rede Cegonha e atenção às urgências e emergências, com funcionamento 24 horas e acesso por demanda espontânea e referenciada de parte significativa da região sul da Bahia. O investimento do estado foi de aproximadamente 40 milhões de reais, entre obras e equipamentos. Em dois anos e quatro meses de funcionamento o hospital já ultrapassou a marca de 7 mil partos e 15 mil internações.