Considerando as últimas atualizações do contingente populacional e destacando o surgimento de dúvidas acerca do decréscimo populacional, a explanação dos elementos estatísticos e dados da geografia populacional, os vereadores receberam na última quarta-feira (24) representantes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE para explicar tecnicamente como é realizado o censo populacional da cidade de Ilhéus.

O censo demográfico é uma pesquisa da contagem da população de um determinado território realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Além da contagem de habitantes, o Censo coleta informações sobre as condições de vida das pessoas que residem naquele local, como saúde, educação, moradia e trabalho. Conforme explicou o Chefe do setor do censo demográfico do IBGE, Ledson Freire Santos, a pesquisa é realizada há pelo menos 150 anos, avaliando a cada dez anos as mudanças ocorridas, permitindo comparar os dados dos indicadores sociais.

Os dados coletados são fundamentais para subsidiar políticas públicas e nortear o planejamento de orçamento do governo. No setor privado, a pesquisa serve de referência para investimentos, porque fornece informações sobre o mercado consumidor, facilitando a localização do público-alvo. De acordo com o IBGE, a estimativa populacional de Ilhéus no ano de 2000 foi de 222.127 pessoas, no ano de 2010 – 184.236 pessoas, em 2018:164.844 pessoas e em 2021: 157.639 pessoas. Como mostram os números, nos últimos anos houve um decréscimo populacional considerável em Ilhéus.

O Presidente da Câmara de Vereadores, Jerbson Moraes (PSD), chamou atenção para a estimativa equivocada do número da população, já que nos últimos dez anos houve construção de diversos condomínios populares. “O IBGE precisa rever a forma de coletar os dados apenas de dez em dez anos, porque acredito que Ilhéus tenha quase 200 mil habitantes, mas recebe um investimento de uma cidade que tem 150 mil habitantes. Um grande prejuízo”, enfatiza o presidente.

Para o ex vice-prefeito do município, José Nazal, os números apresentados são irreais. “Eu aconselho aos vereadores que se juntem e solicitem ao Poder Executivo Municipal apoio total ao IBGE, para que o Instituto possa ter a condição de fazer um censo digno. Posso mostrar fotografias antigas da cidade e as atuais, a percepção da mancha urbana que cresceu é notória, não é possível que o número populacional diminuiu”, defende Nazal.

O vereador Gurita (PSD), autor do requerimento, propôs a formação de um grupo de trabalho, com a assessoria jurídica da Câmara Municipal de Ilhéus, convidando o José Nazal, para definir um caminho e buscar os direitos da cidade. “Não podemos continuar aceitando que Ilhéus perca recursos, receitas e corra o risco de perder mais duas vagas na Casa Legislativa, por conta de um recenseamento que não condiz com a realidade”, destacou o parlamentar.

Após a discussão, o Presidente deixou agendado para a próxima segunda-feira (29), no gabinete da Presidência, uma reunião dos vereadores que tiverem interesse no assunto, junto com o jurídico da Casa, para definir o que efetivamente podem contribuir.