Um fantasma rondava a pré-candidatura de Wenceslau Júnior, quem diria. Ninguém cogitaria, sequer, que o presidente do diretório municipal do PCdoB, uma das lideranças mais proeminentes da sigla – recusa explícita de chamar de “partido” nesse momento – no estado seria limado da disputa de uma cadeira na Câmara Federal. Uma bomba política, sem dúvidas.

Mas a sigla comete uma grande injustiça também com Itabuna – base e domicílio eleitoral de Wenceslau – e toda a região Sul, tão carentes de representação política em Brasília desde que o ex-deputado Geraldo Simões saiu do mandato, em 2015.

Ainda não se tem confirmação oficial dessa medida extrema, mas desde a noite de sábado (23) a informação circula na imprensa e nos grupos de conversa política sem que tenha sido desmentida pela direção estadual do PCdoB, apontada como responsável pela decapitação.

O que mais causa estranheza é que o projeto da candidatura se mostrava – ao menos aos olhos de quem acompanha a política de perto, mas de fora – perfeitamente viável. Aliás, as informações que chegam dão conta de que justo essa viabilidade é que teria sido o estopim do “camaradecídio”. Cabeças já coroadas não teriam gostado de saber que teriam uma concorrência interna tão forte.

Outro indicativo dos requintes de crueldade política contidos na operação tabajara cururu está escondido em uma mensagem que circulou neste sábado nos citados grupos de zap e que fora atribuída ao próprio Wenceslau. Nela, o sujeito ativo afirma que “foi pego de surpresa”. E completa dizendo que seguirá batalhando pela eleição de Lula e Jerônimo. Não cita os deputados do próprio PCdoB.

Conhecendo um pouco da estratégia cansada de guerra dos comunistas, de priorizar, sempre, as eleições proporcionais, grita alto a mensagem não dita.